Temos a graça de viver a comunhão com os Santos !

 

 
 
<<<   Não quero deixar passar o primeiro mês do ano sem enviar à tua alma uma saudação da minha alma e desejar-te muitas bênçãos e felicidade espiritual   >>> 
  
Santo Padre Pio de Pietrelcina
 
 
 

 

 

 

  <<<  Um Padre, ao Paraíso ou ao Inferno nunca vai sozinho: Vão sempre com ele almas em grande número, ou salvas pelo seu santo Ministério e com o seu bom exemplo; ou perdidas pela sua negligência no não cumprimento dos próprios deveres e pelos seus maus exemplos”. Rezemos por eles.  >>>

 São João Bosco

 

 

 

O que os santos falam do Sacerdócio

 

 

  

 

A Venerável Catarina Vannini, em êxtase durante a Santa Missa, via os Anjos a circundarem as mãos do Sacerdote, e sustentá-las no momento da elevação da Hóstia e do Cálice. Poderemos imaginar com que respeito e afecto a Venerável Catarina beijava aquelas mãos, não é mesmo?!

Santa Edwiges, Rainha, cada manhã assistia a todas as Santas Missas que eram celebradas na Capela da Corte, mostrando-se muito agradecida e reverente para com os Sacerdotes que as tinham celebrado. E beijando-lhes as mãos com muita devoção, fazia com que eles se alimentassem, tratando-os com as mais distintas honras. Ouvia-se como a Rainha exclamava comovida: “Bendito seja quem fez Jesus descer do Céu e O deu a mim!”

S. Pascoal de Baylon era o porteiro do Convento. Todas as vezes que chegava um Sacerdote, o Santo Frade ajoelhava-se e beijava-lhe respeitosamente as duas mãos. Dele foi dito, como de S. Francisco de Assis, “que era devoto das mãos consagradas dos Sacerdotes”. Ele julgava-as capazes de deter ao longe os males e de cumular de bens a quem nelas tocasse com veneração, porque são as mãos das quais Jesus se serve.

“Cada vez que virdes um Sacerdote – ensinava o Santo Cura d’Ars – pensai em Jesus”.  Também costumava dizer com freqüência: “Se eu me encontrasse com um Sacerdote e com um Anjo, saudaria primeiro o Sacerdote e só depois o Anjo”.

 Se não tivéssemos o Sacerdote, de nada nos valeria a Paixão e a Morte de Jesus… Para que serviria um escrínio cheio de jóias de ouro, se não houvesse alguém para abri-lo? O Sacerdote é quem tem a chave dos tesouros celestes…

 Santa Maria Madalena de Pazzi, de fato, falando de qualquer Sacerdote, costumava dizer: “este Jesus”.

 E é por isso que Santa Catarina de Sena e Santa Teresa de Jesus beijavam a terra onde tivesse passado um Sacerdote.

 E, ainda mais, Santa Verónica Giuliane, certo dia, tendo visto o Sacerdote subir pela escada do Mosteiro, para ir levar a Santa Comunhão às enfermas, ajoelhou-se ao pé da escadaria e foi subindo de joelhos pelos degraus, beijando-os um a um e banhando-se com lágrimas de amor…

 Quem é que faz Jesus descer às puras hóstias? Quem é que coloca Jesus em nossos Sacrários? Quem é que dá Jesus às nossas almas? Quem é que purifica os nossos corações, para que possamos receber a Jesus? É o Sacerdote, e só o Sacerdote.

 Ele é o “Ministro do Tabernáculo” (Heb 13, 10); é o “Ministro da Reconciliação” (2 Cor 5, 18); é o “Ministro de Jesus para os Irmãos” (1 Cor 1, 7); é o “Dispensador dos Mistérios Divinos” (1 Cor 4, 1).E quantos episódios não poderiam ser narrados de Sacerdotes heróicos em sacrificarem-se a si mesmos para darem Jesus aos irmãos! Façamos referência a dois deles, entre muitos outros:

 Por isso é que o Padre Pio de Pietrelcina dizia:”O Sacerdote: ou é um santo, ou é um demônio”. Ou santifica, ou arruína. E que desastre incalculável não provoca o sacerdote que profana a sua vocação com um comportamento indigno, ou que a calca aos pés ao negar o seu estado de consagrado e eleito do Senhor! (Jo 15, 16)

S. João Bosco dizia: “Um Padre, ao Paraíso ou ao Inferno nunca vai sozinho: Vão sempre com ele almas em grande número, ou salvas pelo seu santo Ministério e com o seu bom exemplo; ou perdidas pela sua negligência no não cumprimento dos próprios deveres e pelos seus maus exemplos”. Rezemos por eles.

Sabe-se que Santa Teresinha, a angélica carmelita, fez a sua última Comunhão, antes de morrer, por esta sublime intenção: < Obter a volta de um Sacerdote transviado, que havia renegado a sua vocação. > E sabe-se que aquele Sacerdote morreu arrependido, invocando o nome de Jesus.

 Sabemos que há almas, especialmente as virginais, que se ofereceram como vítimas pelos Sacerdotes. São almas prediletas de Jesus, e dum modo absolutamente singular. Mas rezemos nós também, oferecendo também os nossos sacrifícios, por todos os Sacerdotes, pelos que estão em perigo e pelos mais fortes, pelos transviados e pelos já adiantados na perfeição.

De modo particular, todas as vezes que virmos um Sacerdote no Altar, rezemos nós também a Nossa Senhora, com as palavras do Venerável Carlos Jacinto: “Ó querida Nossa Senhora, emprestai o Vosso Coração àquele Sacerdote, a fim de que ele possa celebrar dignamente”.

Rezemos como Santa Teresinha, para que os Sacerdotes no Altar toquem no Corpo Santíssimo de Jesus com a mesma pureza e delicadeza com que n’Ele tocou Nossa Senhora. Melhor ainda, rezemos para que cada Sacerdote possa fazer como S. Caetano, que se preparava para a celebração da Santa Missa, unindo-se tão intimamente a Maria Santíssima..

E, na verdade, como Nossa Senhora tomou Jesus em Suas mãos em Belém, assim o Sacerdote recebe Jesus em suas mãos na Santa Missa. Como Nossa Senhora ofereceu Jesus Vítima sobre o Calvário, assim o Sacerdote oferece o Cordeiro Imolado no Altar. Como Nossa Senhora deu Jesus à Humanidade, assim o Sacerdote nos dá Jesus na Sagrada Comunhão.

Bem dizia, pois, S. Boaventura: “Cada Sacerdote no Altar deveria ser identificado com Nossa Senhora, porque como por meio d’Ela é que nos foi dado esse Santíssimo Corpo, assim também pelas mãos dele é que Jesus deve ser-nos oferecido”.

E S. Francisco de Assis dizia que Nossa Senhora representa para todos os Sacerdotes um espelho para a sua santidade, por causa da estreita proximidade que há entre a Encarnação do Verbo no seio de Maria e a Consagração Eucarística entre as mãos dos Sacerdotes.

Aprendamos também nós, na escola dos Santos, a reconhecermos a dignidade do Sacerdócio; a rezarmos sempre pelos Sacerdotes do mundo inteiro, pela  santificação de cada um, e  a ajudá-los na sua altíssima Missão.

  

  

  

<<<  Senhor que cada Sacerdote teu, se torne sustentado pelo teu coração transpassado num “outro Cristo” >>>

 

Fonte: Ano Sacerdotal – Edição n. 15 – Comunidade Família de Deus 

 

 

 

 

 

<<<    A máxima de São João Bosco  é bem conhecida: “Mais vale prevenir do que remediar”. Vamos aplicá-la à nossa santificação pessoal !!!  >>>

  

  

 

O nosso chamado de Batizados !

 

Somos chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus (Jo 3, 16). Hoje, Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a mim, para que sejamos o Seu amor, a Sua compaixão e a Sua presença através de uma vida de oração, de sacrifícios e de entrega. A resposta que Deus espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo.

Tomemos a palavra de Jesus a sério e sejamos contemplativos no coração do mundo porque, se temos fé, estamos perpetuamente na Sua presença. Pela contemplação a alma bebe directamente do coração de Deus as graças que a vida activa está encarregada de distribuir. As nossas vidas devem estar unidas a Cristo vivo que está em nós. Se não vivermos na presença de Deus, não podemos perseverar.

O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus. É assim que a compreendo. Amar Jesus, viver a Sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da Sua. […] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto obscuro, mas por permitirmos a Jesus que viva a Sua Paixão, o Seu amor, a Sua humildade em nós, que reze connosco, que esteja connosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De facto, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como mensagem Sua, pessoal, de amor (Mc 16, 15).

Bem-aventurada Teresa de Calcutá

 

Bento XVI: bem-aventuranças, programa de vida

 

 

Queridos irmãos e irmãs:

Neste quarto domingo do Tempo Comum, o Evangelho apresenta o primeiro grande discurso que o Senhor dirige ao povo, sobre as doces colinas ao redor do lago da Galileia. “Vendo as multidões – escreve São Mateus -, Jesus subiu à montanha e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se. E Ele começou a ensinar” (Mt 5, 1-2). Jesus, o novo Moisés, “assume a ‘cátedra da montanha” (Jesus de Nazaré, 2007) e proclama “bem-aventurados” os pobres de espírito, os que choram, os misericordiosos, os que têm fome e sede de justiça, os limpos de coração, os perseguidos (cf.  Mt 5, 3-10). Não se trata de uma nova ideologia, mas de ensinamento que procede do alto e que diz respeito à condição humana, que o Senhor, ao encarnar-se, quis assumir para salvar. Por esta razão, “o Sermão da Montanha é dirigido a todos, no presente e no futuro… e só pode ser compreendido e vivido no seguimento de Jesus, caminhando com Ele” (Jesus de Nazaré). As bem-aventuranças são um novo programa de vida para se livrar dos falsos valores do mundo e abrir-se aos verdadeiros bens presentes e futuros. Quando Deus conforta, sacia a fome de justiça, enxuga as lágrimas dos que choram, isso significa que, além de recompensar cada um de forma sensível, abre o Reino do Céu. “As bem-aventuranças são a transposição da cruz e da ressurreição na existência dos discípulos” (ibid.). Refletem a vida do Filho de Deus, que se deixa perseguir, desprezar até a sentença de morte para dar a salvação aos homens.

Um velho ermitão disse: “As bem-aventuranças são dons de Deus e devemos realmente agradecer por tê-las recebido e pelas recompensas que delas derivam, ou seja, o Reino do Céu na vida futura, o consolo aqui, a plenitude de todo bem e a misericórdia de Deus (…), quando a pessoa se converteu em imagem de Cristo sobre a terra” (Pedro de Damasco, em Filocalia, volumen 3, Turim 1985, p. 79). O Evangelho das bem-aventuranças é comentado na própria história da Igreja, a história da santidade cristã, porque – como escreve São Paulo – “o que para o mundo é loucura, Deus o escolheu para envergonhar os sábios, e o que para o mundo é fraqueza, Deus o escolheu para envergonhar o que é forte. Deus escolheu o que no mundo não tem nome nem prestígio, aquilo que é nada, para assim mostrar a nulidade dos que são alguma coisa” (1 Coríntios 1, 27-28). Por esta razão, a Igreja não tem medo da pobreza, do desprezo, da perseguição em uma sociedade frequentemente atraída pelo bem-estar material e pelo poder mundano. Santo Agostinho nos lembra que “o que ajuda não é sofrer desses males, mas suportá-los pelo nome de Jesus, não só com espírito sereno, mas inclusive com alegria” (De sermone Domini in monte, I, 5,13: CCL 35, 13).

Queridos irmãos e irmãs: invoquemos a Virgem Maria, a bem-aventurada por excelência, pedindo a força de buscar o Senhor (cf. Sofonias 2, 3) e de segui-lo sempre, com alegria, pelo caminho das bem-aventuranças.

Papa Bento XVI

Tradução: Aline Banchieri – © Libreria Editrice Vaticana]

 

O valor de um Sacerdote !!!

 

 

Quando se pensa compreende-se…

 

Quando se pensa que nem a Santíssima Virgem pode fazer o que um sacerdote faz;
Quando se pensa que nem os anjos, nem os arcanjos, nem Miguel nem Rafael, nem príncipe algum daqueles que venceram lúcifer podem fazer o que um sacerdote faz;

Quando se pensa que nosso Senhor Jesus Cristo, na ultima Ceia, realizou um milagre maior do que a criação do Universo com todos os seus esplendores, e transformou o pão e o vinho em seu Corpo e seu Sangue, para alimentar o pecador, e que este prodígio, diante do qual se ajoelham os anjos e os homens, o sacerdote pode repeti-lo todos os dias;
Quando se pensa no outro milagre que somente um sacerdote pode realizar: perdoar os pecados, e que o que ele liga no fundo do seu humilde confessionário, DEUS, obrigado por sua própria palavra, o liga no Céu, e o que ele desliga, no mesmo instante o desliga DEUS;
Quando se pensa que o mundo morreria da pior fome se chegasse a lhe faltar esse pouquinho de “Pão” e esse pouquinho de “Vinho”;

Quando se pensa que isso possa acontecer, porque estão faltando as vocações sacerdotais; e que quando isso acontecer se estremecerão os céus e se romperá a Terra, como se a mão de DEUS, tivesse deixado de sustentá-la; e as pessoas gritarão de fome e de angustia, e pedirão esse “Pão”, e não haverá quem lhes dê; e pedirão a absolvição de suas culpas, e não haverá quem os absolva, e morrerão com os olhos abertos pelo maior dos espantos…
Quando se pensa que um sacerdote é mais necessário que um presidente, mais que um militar, mais do que um banqueiro, mais do que um médico, mais que um professor, porque ele pode substituir a todos e ninguém pode substituí-lo;
Quando se pensa que um sacerdote, quando celebra no altar tem uma dignidade maior que de um rei; e que não é um símbolo, sem sequer um embaixador de CRISTO, mas é CRISTO mesmo que está ali, repetindo o maior milagre de DEUS…

Quando se pensa tudo isso…
Compreende-se a imensa necessidade de fomentar as vocações sacerdotais;

Compreende-se o afã com que, nos tempos antigos, cada família ansiava que do seu seio brotasse, como um ramo de perfume, uma vocação sacerdotal;
Compreende-se o imenso respeito que os povos tinham pelos sacerdotes, o que se refletia em suas leis;
Compreende-se que, se um pai ou uma mãe obstruem a vocação sacerdotal de um filho, é como se renunciassem a um título de honra incomparável;

Compreende-se que mais do que uma igreja, mais que uma escola e mais do que um hospital, é um seminário ou um noviciado;
Compreende-se que ajudar a construir ou manter um seminário ou um noviciado é multiplicar os nascimentos do Redentor;
Compreende-se que ajudar a custear os estudos de um jovem seminarista ou de um noviço é aplainar o caminho por onde chegará ao altar um homem que, durante um hora, todos os dias, será muito mais que todas as celebridades da Terra e que todos os santos do Céu, pois será CRISTO mesmo, sacrificando o Seu Corpo e o Seu Sangue, para alimentar o Mundo.

Se pararmos realmente para pensar compreenderemos, o verdadeiro valor de nossos sacerdote e seminaristas, e que grande tesouro trazem consigo, sua vocação .

Rezemos pelos Sacerdotes !!!

Fonte:   Bons Samaritanos- RS

 

 

 <<<  NA IGREJA Á ULTIMA PALAVRA FICARÁ COM OS SEUS SANTOS,  TESTEMUNHAS FIÉIS DE CRISTO; NAS PALAVRAS DO PRÓPRIO JESUS QUE DISSE:  “AS PORTAS DO INFERNO NÃO PREVALECERÃO SOBRE A MINHA IGREJA”  E COMO PODEMOS VER NA VIDA E NOS ESCRITOS DE SANTO TOMÁS DE AQUINO   >>>

 

 

 

 

<<<     Cristo é a origem de todo Sacerdócio    >>> 

 Santo Tomás de Aquino

 

 

A Perfeição do Bispo Segundo Santo Tomás de Aquino

 

 

 
 

Dom Maonel Pestana modelo de Pastor e exemplo de santidade, falecido recentemente

 

<<<  Estado de religião e o episcopado não têm a mesma natureza, por duas razões. – Primeiro, porque o estado episcopal preexige a perfeição da vida; o que o demonstra a interrogação feita pelo Senhor a Pedro, antes de lhe cometer o oficio pastoral, quando lhe perguntou se o amava mais que os outros. Ao passo que o estado de religião não preexige a perfeição, mas é uma via para a perfeição.   >>>                                                        
 
 Santo Tomás de Aquino  –  Suma Teológica: CLXXXV, I, IV
 
 
Tanto na ordem natural, quanto na ordem sobrenatural, é impossível ao ser humano obter a perfeição divina. Mesmo presenteado pela vivência habitual da graça em ter o gozo eterno na Glória de Deus, seremos sempre criaturas. Nosso Senhor em Mt 5, 48 assevera: ”Estote ergo vos perfecti, sicut Pater vester caelis perfectus est” – Sede, pois, vós perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste”. Impossível ao que é criado ser perfeito como é seu Criador, no entanto, Jesus Cristo nos exorta à perfeição do Pai celestial, no sentido de que, a Perfeição do Pai, seja modelo para o qual o cristão deve se aperfeiçoar sem sofrer os riscos da perdição eterna. Pelo Batismo somos inseridos na vida sobrenatural, e somos gravados indelevelmente na alma com o dever grave de renunciar ao pecado, renunciar a Satanás e professar com fé católica a doutrina dos apóstolos e seus sucessores, os Bispos.

Quando somos marcados com a obrigação de sermos imitadores da perfeição do Pai, Cristo deseja que sejamos dignos da suprema magnitude da graça em nós. Ressoa na boca de Cristo o chamado universal à santidade, que é mandamento porque vemos o imperativo das palavras do Senhor: – Sede, pois, vós perfeitos!

Convidados ao redil do Senhor num único rebanho de uma só Igreja, pelo influxo da graça, somos chamados ao labor dos seguidores de Cristo pela autoridade episcopal: ”Euntes ergo docete omnes gentes, baptizantes eos in nomine Patris et Filii et Spiritus Sancti” – Ide, pois, doutrinai todas as gentes, batizando-as em Nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo” (Mt 28, 19). Os apóstolos reunidos recebem de Cristo o dever, legado aos seus sucessores, de ensinar o que eles mesmos haviam aprendido. Os Bispos, então, têm como marca, a necessidade de serem os primeiros imitadores da perfeição divina, porque deles é o ofício de colaborar com o “apascentar das ovelhas” estritamente unidos ao Papa, quando Pedro recebeu a autoridade sobre toda a Igreja (Jo 21, 15 – 17).

Santo Tomás assevera que ” o estado episcopal preexige a perfeição da vida” (idem). Só aquele que está habituado ao estado da perfeição, pela imitação da perfeição divina, será digno do episcopado, da sucessão apostólica, da plenitude do Sacramento da Ordem, porque será ele quem guiará as ovelhas confiadas pelo Bom Pastor Jesus Cristo aos caminhos da perfeição dvina.

Por isso o Senhor não disse – Se és perfeito, vai, vende o que tens – mas – Se queres ser perfeito. E a razão dessa diferença é que, […]  “a perfeição activamente é própria ao bispo, como ao que aperfeiçoa; mas ao monge, só passivamente, como ao aperfeiçoado”. ( Santo Tomás de Aquino  – Suma Teológica: CLXXXV, I, IV)

Imitando a perfeição Divina, os Bispos serão aqueles que pelo vigor da vida apostólica, serão a luz que ilumina todas as gentes para que, todas as gentes sendo conduzidas pelos pastores, possam ver neles os sinais do perfeito, porque, pelos Bispos refletindo a perfeição divina do Pai, serão todas as gentes levados pela graça que neles brilha com toda magnitude, a presenciar o poder Vicário de Cristo. Aquele que guia deve ser perfeito, é exigida a perfeição, porque o imperfeito desaparecerá, é efêmero, não subsistirá, enquanto o que é perfeito se perpetuará na consumação dos séculos: ”Cum autem venerit, quod perfectum est, evacuabitur, quod ex parte est” – Mas quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito abolir-se-á (I Cor 13, 10).

A perfeição ao Bispo ativamente, ao religioso passivamente. No estado episcopal, a ação; ao religioso – e o Santo cita o exemplo monástico – a capacidade de sofrer influência da ação, a passividade. Um é o que aperfeiçoa, outro é aperfeiçoado. O Bispo aperfeiçoa funcionando como luz que ilumina a escuridão, senda a luz as virtudes, a escuridão os vícios. Por sua vez, o aperfeiçoado é o qual, busca a perfeição pelo pastoreio do Bispo, que na luz das virtudes dá testemunho do Pai, Perfeito em Si.

“Ora, é preciso ser perfeito quem deve conduzir os outros à perfeição; o que não se dá com quem deve ser conduzido à perfeição; Ora, é presunçoso quem se julga perfeito; mas não o é quem tende para a perfeição. – Segundo, porque quem entra para o estado de religião sujeita-se aos outros para ser guiado na vida espiritual, o que a todos é lícito. Por isso, diz Agostinho: – “É uma louvável ocupação e que não pode ser impedida a ninguém o estudo para conhecer a verdade”. ( Santo Tomás de Aquino –  suma Teológica: CLXXXV, I, IV)

Sendo qualquer dos fiéis batizados, pelo sacramento da ordem julgado pela vontade divina da Igreja, digno do episcopado, e recebido então o estado episcopal pela imposição das mãos, confrontado com o estado religioso, num, o Santo diz que guiará os demais à perfeição que é dele exigida, enquanto noutro, se conduzirá pelo Bispo na busca de Deus. Ambos são exigidos, mas só em um deles é necessária a preexistência da perfeição, porque mesmo tendo todo fiel a obrigação de cumprir o mandamento da perfeição que conduz para a santidade, só do Bispo que tem a dignidade apostólica de ser investido dos poderes Vicários do Senhor Jesus Cristo, é necessária que seja preexistente uma superioridade que escapa das coisas efêmeras.

”Mas quem ascende ao estado episcopal é elevado a uma situação em que deve dirigir os outros. E nessa preeminência ninguém deve por si mesmo tomá-Ia, segundo aquilo do Apóstolo: Nenhum usurpa para si esta honra senão o que é chamado por Deus”. ( Santo Tomás de Aquino  –   Suma Teológica: CLXXXV, I, IV).

Unidos ao Papa, os Bispos apascentam as ovelhas, porque uma vez elevados ao estado apostólico, rompem com tudo que se repete pelos vícios que são contrários às virtudes. O que é preeminente é pela disposição das coisas, tudo que é inexcedível. Ora, o excedível é aquilo que o ser humano pode renunciar, tais como o pecado mortal e o pecado venial. Os vícios então devem ser dispensados pelo cristão, porque não podem existir juntamente com a santidade e seu chamamento pela perfeição divina. Para a santidade é irrenunciável, logo, inexcedível, as virtudes; por isso, as virtudes são preeminentes, porque só aqueles que pela honra do chamamento divino recebem o episcopado, enquanto aqueles que por sua vez apoderam-se ilegitimamente do grau máximo do Sacramento da Ordem, não recebem o chamamento do Pai, pois só o sincero servo, que pela preeminência das virtudes, vive a perfeição divina, imitando-a com esforço e diligência do ascetismo, tem em si o reconhecimento divino: “Omnis namque pontifex ex hominibus assumptus pro homi nibus constituitur in his, quae sunt ad Deum, ut offerat dona et sacrificia pro peccatis; qui aeque condolere possit his, qui ignorant et errant, quoniam et ipse circumdatus est infirmitate et propter eam debet, quemadmodum et pro populo, ita etiam pro semetipso offerre pro peccatis. Nec quisquam sumit sibi illum honorem, sed qui vocatur a Deo – Em verdade, todo pontífice é escolhido entre os homens e constituído a favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe compadecer-se dos que estão na ignorância e no erro, porque também ele está cercado de fraqueza. Por isso, ele deve oferecer sacrifícios tanto pelos próprios pecados, quanto pelos pecados do povo. Ninguém usurpa para si esta honra senão o que é chamado por Deus” (Heb 5, 1 – 4).

A Esposa de Cristo ensina: “ Pelo ministério ordenado, especialmente dos Bispos e dos Presbíteros [que estão unidos ao Bispo], a presença de Cristo como chefe da Igreja se torna visível no meio da comunidade dos fiéis. Segundo a bela expressão de Santo Inácio de Antioquia, o Bispo é “typos tou Patros” como a imagem viva de Deus Pai”. (CIC nº 1549 – acréscimos meus).

“Superaedificati super fundamentum apostolorum – Edificados sobre o alicerce dos Apóstolos” (Ef 2, 20). A Igreja é a fé dos Apóstolos e Cristo o Seu Senhor, o Bispo adere ao Cristo e n’Ele crê porque Ele é a plenitude. “Cristo é a origem de todo sacerdócio” ( Santo Tomás de Aquino  -Suma Teológica: III, XXII, IV), o poder sacerdotal que está presente plenamente nos Bispos refere-se inteiramente ao sacerdócio de Cristo, por isso, Só aquele que ama a Deus mais que os outros, será por Deus através da Igreja, escolhido ao episcopado, pois foi por isso, que a Pedro, foi dado a primazia apostólica: ”Simon Ioannis, diligis me plus his? – Simão, filho de João, amas-Me tu mais que estes?” (Jo 21, 15). A ordem episcopal é marcada pela perfeição, pelo sacerdócio régio de Cristo, pelo mandamento de ser perfeito, e na guia do fiéis exalar a santidade do Pai, para sem temor dizer: – Sou perfeito na imitação do Pai, porque o Pai que está no céu é Perfeito.

Carlos Eduardo Maculan
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