Pessoas Eucaristizadas

 

 

 

Podemos sim aparecer com a luz do amor,

frente à escuridão deste mundo.

Está ao nosso alcance fazermos o bem, a todo instante.

Um sorriso, um carinho, uma palavra amiga.

Como podemos mudar com gestos bem simples tudo o que está à nossa volta.

É possível transformarmos o mundo com a nossa disponibilidade e serviço.

Com a pobreza e humildade de coração podemos ir bem longe.

Podemos até vencer os nossos maiores inimigos.

O mundo está como está porque falta esse amor em nós.

Está faltando pessoas que se apresentem como Testemunhas da Verdade.

Precisamos que apareçam pessoas eucaristizadas,

Que saibam amar com o Coração Eucarístico de Jesus.

Amar com o amor do lava pés.

Amar com a simplicidade e a grandeza da Eucaristia.

Somos chamados a amar assim !!!

Quantas coisas estão ao nosso alcance

para serem feitas  pelo bem do nosso próximo.

Não deixe de realizá-las hoje.

Chegou esse tempo,

Comecemos bem  2011  com este propósito:

Dos nossos corações se transformarem em  Sacrários Vivos

E de nos tornarmos pessoas eucaristizadas – de verdade !! 

 

Ernesto Peres de Mendonça

 

Oração Diária para os Sacerdotes – V

 

 

Que o Vosso Coração
seja para mim
força no combate,
apoio na minha fraqueza,
Luz e Guia nas trevas,
emenda dos meus defeitos,
santificação das minhas acções e intenções.
Ó Coração de Jesus,
consumi em Vós
tudo o que eu sou e tenho,
e coloca em mim o que é Vosso:
transformai-me em Vós.
Quero viver apenas de Vós e para Vós.
Por isso, sede a minha vida,
o meu amor e o meu Tudo.
 

Santa Margarida Maria Alacoque

 

Jejum e Oração, armas da Graça contra a tentação !!!

 

Deixamos aqui uma sugestão para você começar o Ano de 2011 de um jeito realmente   n o v o   –   avançando na Graça de Deus:

 

Convite de Nossa Senhora: “…Gostaria que vocês, neste dia, rezassem comigo. Rezem bastante. Façam jejum nas quartas e sextas-feiras. Rezem, diariamente, pelo menos, um rosário: mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos.”

 

<<<  Senhor Deus, Criador do universo e meu Criador! Desejo agradecer-te, hoje, pela maravilhosa ordem que estabeleceste no mundo.Obrigado, porque deste fertilidade à nossa Mãe-Terra, que produz todos os tipos de frutos. Obrigado, pelo alimento que se deriva dos frutos da terra. Pai, estou cheio de alegria por todas as tuas criaturas, razão pela qual eu te apresento o meu canto de agradecimento: Obrigado pela necessidade que temos do pão, todos os dias, e da água que mata a sede. Obrigado, Pai, por teres criado meu corpo tal qual ele é, podendo servir-se do alimento da terra e, desenvolvendo-se, servir a Ti.

Obrigado, por todos aqueles que descobrem e desenvolvem, com seu trabalho, novas possibilidades de vida na Terra. Obrigado, pelos que, possuindo muitos bens, dividem com os outros. Obrigado, por aqueles que, embora fartos do pão de trigo, estão famintos do pão celeste. Obrigado, igualmente, por aqueles que, hoje, não têm o que comer, pois sei que Tu lhes enviarás o alimento, através de pessoas cheias de bondade e de amor.

Pai, hoje decidi fazer jejum. Não desprezo, com isso, as coisas que Tu criaste. Não desejo renunciar a elas, mas quero descobri-las novamente. Decidi jejuar, porque teus profetas jejuaram, porque teu Filho jejuou, jejuaram, também, teus discípulos e apóstolos. Decidi jejuar, porque jejuou tua serva, a bem-aventurada Virgem Maria. Foi Ela quem me convidou ao jejum:

 

“Queridos filhos: Hoje, convido-os a jejuar com boa vontade. Muitos jejuam por imitação. Para muitos, tornou-se um hábito que não deve ser interrompido. O jejum deve efetuar-se em agradecimento a Deus, por Me ter permitido estar, aqui, nesta Paróquia, tanto tempo. Meus filhos queridos, rezem e jejuem com amor.” (20/09/84)

 

Pai, ofereço-Te este dia de jejum. Por meio dele, quero ouvir tua voz e vivê-la com mais empenho. Desejo, no decorrer deste dia, voltar-me mais para Ti, embora haja tantas coisas que me distraem ao meu redor. Ao Fazer este jejum, espontaneamente, peço pelos homens que passam fome e (levados por ela) provocam agitações no mundo. Ofereço este jejum, também, pela paz do mundo.

As guerras acontecem, porque estamos demasiadamente presos aos bens materiais e, por causa deles, inclinamo-nos ao morticínio. Ofereço-Te, ó Pai, este jejum por todos os homens que são escravos dos bens materiais e desprezam a existência de qualquer outro bem. Ó Pai, deixa-me ver o dom que nos dás com a prática do jejum.

Peço-Te perdão, também, pela enorme cegueira que de mim se apoderou, pois não Te rendi graças pelos bens que possuo. Perdoa-me pelo mau uso dos meus bens, porque exagerei o seu valor. Quero, com o jejum de hoje, que Tu me faças capaz de apreciá-los acertadamente, como também as pessoas que me cercam. Faze-me mais sensível para ouvir e acatar a tua palavra. Que este jejum me leve a crescer no amor para contigo e para com o próximo!

Pai, hoje resolvi alimentar-me só de pão, para que possa compreender melhor o valor do Pão Celeste, que é a presença de teu Filho na Eucaristia. Faze com que cresçam em mim a fé e a confiança! Pai, quero Fazer jejum e aceitá-lo, porque, desta maneira, crescerá em mim o desejo de possuir-Te Com alegria e agradecimento, reflito sobre as palavras de teu Filho: “Bem-aventurados os pobres, porque deles é o reino dos céus. ”Pai, torna-me pobre diante de Ti! Concede-me esta graça, para que, através do jejum, entenda como tenho necessidade de Ti.

Aumenta em mim o desejo de Te possuir! Que o meu coração suspire por Ti, da mesma forma que o cervo suspira pelas fontes de água e o deserto aguarda as nuvens que trazem as chuvas! Que, pelo jejum, ó Pai, cresçam a compreensão e a solidariedade, em favor dos que padecem fome e sede e não possuem bem algum Ajuda-me a ver as coisas que possuo e de que não preciso e, assim, privando-me delas, vá em socorro de meus irmãos… .

Pai, peço-Te a graça de entender que sou um peregrino nesta Terra. No momento de minha passagem para a outra vida, nada levarei, senão as boas obras que tenha praticado com amor. Que eu me lembre sempre de que, mesmo possuindo bens, nada me pertence, pois tudo recebi para administrar bem… Pai, dá-me a graça de tornar-me mais humilde e mais aberto para cumprir tua vontade. Para isso, livra-me do meu egoísmo e do meu orgulho!

Por meio deste jejum, livra-me dos maus hábitos, aplaca minhas paixões, faz-me crescer nas virtudes. Que na profundidade de minha alma permaneça a tua graça e que ela purifique e me domine totalmente!

Ajuda-me, Senhor, a parecer-me com teu Filho em todas as provações e tentações, de modo que eu saiba repelir qualquer sedução e possa, deste modo, servir-Te, cada vez mais, buscando a tua Palavra.

Ó Maria Santíssima, teu coração estava completamente livre. Teu compromisso era com a vontade de Deus. Obtém para mim hoje, a graça do jejum alegre, em que meu coração possa entoar, Contigo, um cântico de ação de graças. Faze com que meu propósito de jejuar seja forte e duradouro. A fome que sentir hoje, eu a ofereço por toda a humanidade.

Ó Maria, intercede por mim! Pela tua intercessão e proteção, esteja eu livre de qualquer mal e da tentação diabólica!

Ensina-me, ó Mãe a jejuar e a rezar, para que eu fique, a cada dia, mais parecido com teu Filho, Nosso Senhor, Jesus Cristo, no Espírito Santo.  >>>

PE. SLAVKO BARBARIC, OFM
 
Pe. Mateus Maria, FMDJ
Visite o nosso site: http://www.mosteiroreginapacis.org.br
Visite a nossa página de espiritualidade Mariana http://rainhadapaz.blog.terra.com.br/
Twitter: http://twitter.com/Mosteiro_Gospa
Comentário do Evangelho de Domingo: http://www.youtube.com/user/DeiVerbum1
Vídeos de espiritualidade Mariana: http://pt.gloria.tv/?user=10793&medias=videos
Áudios de espiritualidade Mariana: http://pt.gloria.tv/?user=10793&medias=audios

                                                       

 Panie Jezu Ufam Tobie !!!

 

Nossa oração de hoje:

 

 

<< Senhor, dai-nos a graça de podermos aproximar do teu Coração Transpassado. Queremos estar contigo, assim com  aquela intimidade  que São João tinha. Faz-nos fiéis para que possamos amá-Lo sobre todas as coisas. De um modo especial, pelas  mãos de Tua Mãe Santíssima e  pelo teu  Apóstolo amado, que estiveram contigo aos pés da Tua Cruz, nós te pedimos: olhai pela tua Igreja, olhai  pelos teus Sacerdotes e socorrei aqueles que mais estiverem precisando !  >>

 

 

JESUS É A PALAVRA DEFINITIVA DE DEUS

 

Maria deu à luz o seu filho primogenito

 

Amados irmãos e irmãs !
 
«Tu és meu filho, Eu hoje te gerei» – com estas palavras do Salmo segundo, a Igreja dá início à liturgia da Noite Santa. Ela sabe que esta frase pertencia, originariamente, ao rito da coroação do rei de Israel. O rei, que por si só é um ser humano como os outros homens, torna-se «filho de Deus» por meio do chamamento e entronização na sua função: trata-se de uma espécie de adopção por parte de Deus, uma acta da decisão, pela qual Ele concede a este homem uma nova existência, atraindo-o para o seu próprio ser. De modo ainda mais claro, a leitura tirada do profeta Isaías, que acabámos de ouvir, apresenta o mesmo processo numa situação de tribulação e ameaça para Israel: «Um menino nasceu para nós, um filho nos foi concedido. Tem o poder sobre os ombros» (9, 5). A entronização na função régia é como um novo nascimento. E, precisamente como recém-nascido por decisão pessoal de Deus, como menino proveniente de Deus, o rei constitui uma esperança. O futuro assenta sobre os seus ombros. É o detentor da promessa de paz. Na noite de Belém, esta palavra profética realizou-se de um modo que, no tempo de Isaías, teria ainda sido inimaginável. Sim, agora Aquele sobre cujos ombros está o poder é verdadeiramente um menino. N’Ele aparece a nova realeza que Deus institui no mundo. Este menino nasceu verdadeiramente de Deus. É a Palavra eterna de Deus, que une mutuamente humanidade e divindade. Para este menino, são válidos os títulos de dignidade que lhe atribui o cântico de coroação de Isaías: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da paz (9, 5). Sim, este rei não precisa de conselheiros pertencentes aos sábios do mundo. Em Si mesmo traz a sapiência e o conselho de Deus. Precisamente na fragilidade de menino que é, Ele é o Deus forte e assim nos mostra, face aos pretensiosos poderes do mundo, a fortaleza própria de Deus.
 
Na verdade, as palavras do rito da coroação em Israel não passavam de palavras rituais de esperança, que de longe previam um futuro que haveria de ser dado por Deus. Nenhum dos reis, assim homenageados, correspondia à sublimidade de tais palavras. Neles, todas as expressões sobre a filiação de Deus, sobre a entronização na herança dos povos, sobre o domínio das terras distantes (Sal 2,8) permaneciam apenas presságio de um futuro – como se fossem painéis sinalizadores da esperança, indicações apontando para um futuro que então era ainda inconcebível. Assim o cumprimento da palavra, que tem início na noite de Belém, é ao mesmo tempo imensamente maior e – do ponto de vista do mundo – mais humilde do que a palavra profética deixava intuir. É maior, porque este menino é verdadeiramente Filho de Deus, é verdadeiramente «Deus de Deus, Luz da Luz, gerado, não criado, consubstancial ao Pai». Fica superada a distância infinita entre Deus e o homem. Deus não Se limitou a inclinar o olhar para baixo, como dizem os Salmos; Ele «desceu» verdadeiramente, entrou no mundo, tornou-Se um de nós para nos atrair a todos para Si. Este menino é verdadeiramente o Emanuel, o Deus-connosco. O seu reino estende-se verdadeiramente até aos confins da terra. Na imensidão universal da Sagrada Eucaristia, Ele verdadeiramente instituiu ilhas de paz. Em todo o lado onde ela é celebrada, temos uma ilha de paz, daquela paz que é própria de Deus. Este menino acendeu, nos homens, a luz da bondade e deu-lhes a força para resistir à tirania do poder. Em cada geração, Ele constrói o seu reino a partir de dentro, a partir do coração. Mas é verdade também que «o bastão do opressor» não foi quebrado. Também hoje marcha o calçado ruidoso dos soldados e temos ainda incessantemente a «veste manchada de sangue» (Is 9, 3-4). Assim faz parte desta noite o júbilo pela proximidade de Deus. Damos graças porque Deus, como menino, Se confia às nossas mãos, por assim dizer mendiga o nosso amor, infunde a sua paz no nosso coração. Mas este júbilo é também uma prece: Senhor, realizai totalmente a vossa promessa. Quebrai o bastão dos opressores. Queimai o calçado ruidoso. Fazei com que o tempo das vestes manchadas de sangue acabe. Realizai a promessa de «uma paz sem fim» (Is 9, 6). Nós Vos agradecemos pela vossa bondade, mas pedimos-Vos também: mostrai a vossa força. Instituí no mundo o domínio da vossa verdade, do vosso amor – o «reino da justiça, do amor e da paz».
 
«Maria deu à luz o seu filho primogénito» (Lc 2, 7). Com esta frase, São Lucas narra, de modo absolutamente sóbrio, o grande acontecimento que as palavras proféticas, na história de Israel, tinham com antecedência vislumbrado. Lucas designa o menino como «primogénito». Na linguagem que se foi formando na Sagrada Escritura da Antiga Aliança, «primogénito» não significa o primeiro de uma série de outros filhos. A palavra «primogénito» é um título de honra, independentemente do facto se depois se seguem outros irmãs e irmãs ou não. Assim, no Livro do Êxodo, Israel é chamado por Deus «o meu filho primogénito» (Ex 4, 22), exprimindo-se deste modo a sua eleição, a sua dignidade única, o particular amor de Deus Pai. A Igreja nascente sabia que esta palavra ganhara uma nova profundidade em Jesus; que n’Ele estão compendiadas as promessas feitas a Israel. Assim a Carta aos Hebreus chama Jesus «o primogénito» simplesmente para O qualificar, depois das preparações no Antigo Testamento, como o Filho que Deus manda ao mundo (cf. Heb 1, 5-7). O primogénito pertence de maneira especial a Deus, e por isso – como sucede em muitas religiões – devia ser entregue de modo particular a Deus e resgatado com um sacrifício de substituição, como São Lucas narra no episódio da apresentação de Jesus no templo. O primogénito pertence a Deus de modo particular, é por assim dizer destinado ao sacrifício. No sacrifício de Jesus na cruz, realiza-se de uma forma única o destino do primogénito. Em Si mesmo, Jesus oferece a humanidade a Deus, unindo o homem e Deus de uma maneira tal que Deus seja tudo em todos. Paulo, nas Cartas aos Colossenses e aos Efésios, ampliou e aprofundou a ideia de Jesus como primogénito: Jesus – dizem-nos as referidas Cartas – é o primogénito da criação, o verdadeiro arquétipo segundo o qual Deus formou a criatura-homem. O homem pode ser imagem de Deus, porque Jesus é Deus e Homem, a verdadeira imagem de Deus e do homem. Ele é o primogénito dos mortos: dizem-nos ainda aquelas Cartas. Na Ressurreição, atravessou o muro da morte por todos nós. Abriu ao homem a dimensão da vida eterna na comunhão com Deus. Por fim, é-nos dito: Ele é o primogénito de muitos irmãos. Sim, agora Ele também é o primeiro duma série de irmãos, isto é, o primeiro que inaugura para nós a vida em comunhão com Deus. Cria a verdadeira fraternidade: não a fraternidade, deturpada pelo pecado, de Caim e Abel, de Rómulo e Remo, mas a fraternidade nova na qual somos a própria família de Deus. Esta nova família de Deus começa no momento em que Maria envolve o «primogénito» em faixas e O reclina na manjedoura. Supliquemos-Lhe: Senhor Jesus, Vós que quisestes nascer como o primeiro de muitos irmãos, dai-nos a verdadeira fraternidade. Ajudai-nos a tornarmo-nos semelhantes a Vós. Ajudai-nos a reconhecer no outro que tem necessidade de mim, naqueles que sofrem ou estão abandonados, em todos os homens, o vosso rosto, e a viver, juntamente convosco, como irmãos e irmãs para nos tornarmos uma família, a vossa família.
 
No fim, o Evangelho de Natal narra-nos que uma multidão de anjos do exército celeste louvava a Deus e dizia: «Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens que Ele ama» (Lc 2, 14). A Igreja ampliou este louvor que os anjos entoaram à vista do acontecimento da Noite Santa, fazendo dele um hino de júbilo sobre a glória de Deus. «Nós Vos damos graças por vossa imensa glória». Nós Vos damos graças pela beleza, pela grandeza, pela bondade de Deus, que, nesta noite, se tornam visíveis para nós. A manifestação da beleza, do belo, torna-nos felizes sem que devamos interrogar-nos sobre a sua utilidade. A glória de Deus, da qual provém toda a beleza, faz explodir em nós o deslumbramento e a alegria. Quem vislumbra Deus, sente alegria; e, nesta noite, vemos algo da sua luz. Mas a mensagem dos anjos na Noite Santa também fala dos homens: «Paz aos homens que Ele ama». A tradução latina desta frase, que usamos na Liturgia e remonta a São Jerónimo, interpreta diversamente: «Paz aos homens de boa vontade». Precisamente nos últimos decénios, esta expressão «os homens de boa vontade» entrou de modo particular no vocabulário da Igreja. Mas qual é a tradução justa? Devemos ler, juntas, as duas versões; só assim compreendemos rectamente a frase dos anjos. Seria errada uma interpretação que reconhecesse apenas o agir exclusivo de Deus, como se Ele não tivesse chamado o homem a uma resposta livre e amorosa. Mas seria errada também uma resposta moralizante, segundo a qual o homem com a sua boa vontade poder-se-ia, por assim dizer, redimir a si próprio. As duas coisas andam juntas: graça e liberdade; o amor de Deus, que nos precede e sem o qual não O poderemos amar, e a nossa resposta, que Ele espera e até no-la suplica no nascimento do seu Filho. O entrelaçamento de graça e liberdade, o entrelaçamento de apelo e resposta não podemos dividi-lo em partes separadas uma da outra. Ambas estão indivisivelmente entrançadas entre si. Assim esta frase é simultaneamente promessa e apelo. Deus precedeu-nos com o dom do seu Filho. E, sempre de novo e de forma inesperada, Deus nos precede. Não cessa de nos procurar, de nos levantar todas as vezes que o necessitamos. Não abandona a ovelha extraviada no deserto, onde se perdeu. Deus não se deixa confundir pelo nosso pecado. Sempre de novo recomeça connosco. Todavia espera que amemos juntamente com Ele. Ama-nos para que nos seja possível tornarmo-nos pessoas que amam juntamente com Ele e, assim, possa haver paz na terra.
 
Lucas não disse que os anjos cantaram. Muito sobriamente, escreve que o exército celeste louvava a Deus e dizia: «Glória a Deus nas alturas…» (Lc 2, 13-14). Mas desde sempre os homens souberam que o falar dos anjos é diverso do dos homens; e que, precisamente nesta noite da jubilosa mensagem, tal falar foi um canto no qual brilhou a glória sublime de Deus. Assim, desde o início, este canto dos anjos foi entendido como música vinda de Deus, mais ainda, como convite a unirmo-nos ao canto com o coração em júbilo pelo facto de sermos amados por Deus. Diz Santo Agostinho: Cantare amantis est – cantar é próprio de quem ama. Assim ao longo dos séculos, o canto dos anjos tornou-se sempre de novo um canto de amor e de júbilo, um canto daqueles que amam. Nesta hora, associemo-nos, cheios de gratidão, a este cantar de todos os séculos, que une céu e terra, anjos e homens. Sim, Senhor, nós Vos damos graças por vossa imensa glória. Nós Vos damos graças pelo vosso amor. Fazei que nos tornemos cada vez mais pessoas que amam juntamente convosco e, consequentemente, pessoas de paz. Amen.
 
Papa Bento XVI 
 

Eis o Senhor que vem ao nosso encontro !!!

 

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini: A vida sacerdotal, para mim, sempre foi feliz

 

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, Bispo de Guarulhos  teve uma participação nas eleições  muito importante; ele se levantou como  uma voz  firme e segura na defesa da vida, inclusive denunciando todas as ações abortistas do PT e orientando os católicos e pessoas de boa vontade a não votarem na Dilma. O seu posicionamento claro e toda a sua  luta fez com que aumentassem a credibilidade das pessoas na Igreja Católica. Agora no último dia 19 lançou na sua Diocese  projeto de lei  estadual de iniciativa popular para garantir direito à vida desde a fecundação. Esta na lista das 100 personalidades mais importantes do Ano de 2010 indicada pela revista ÉPOCA. Gentilmente pode nos conceder esta entrevista:

Família de Deus:  O que o sr. espera do Governo da Dilma Roussef?

Dom Luiz Gonzaga: Só Deus sabe o que acontecerá nesse governo. Lula quer mandar nela e no governo. É uma incógnita.  Pode ser repetida a história de Maluf com Pita.  Os brasileiros pagarão muito caro se isso acontecer. Os católicos rezam pelas autoridades constituídas, para que sempre decidam em favor do bem comum.

Família de Deus:  Com que rosto o sr. acha que  ela vai governar: com aquele, onde ela pede a despenalização do aborto já, como  podemos ver registrado em tantas entrevistas; ou a do rosto que ela usou no segundo turno, dizendo ser a favor da vida e se “comprometendo”  a  não mexer na questão do aborto?

Dom Luiz Gonzaga: No final da eleição, ela se declarou devota de N.Sa.Aparecida, mas ela nunca disse que vetaria a liberação do aborto. Espero que, como devota de Nossa Senhora, ela governe com um coração de Mãe Amantíssima. E que permaneça,  todos os dias, com o pensamento em Nossa Senhora Imaculada Conceição, mãe de Jesus, o Redentor dos Homens. E lembre-se que N.Sra. Imaculada Conceição e São José fugiram para proteger Jesus da morte. Espero que ela também fuja de antigas convicções e proteja a vida nascente dos futuros brasileirinhos, desde o momento da fecundação.

Família de Deus:  Como o sr. vê o ano 2011 para todos aqueles que lutam pela defesa da vida?

Dom Luiz Gonzaga: O ano de 2011 será um ano de vitórias.  A cultura da morte não pode prevalecer sobre a dádiva Divina da Vida.  O povo brasileiro precisa somente de esclarecimento.  A enquete do Diário de São Paulo, do dia 20.12.2010 mostrou que 68% assinarão o projeto de emenda à Constituição de São Paulo para proteger a vida, desde a fecundação. Os outros 32% se disseram contra porque não sabem que a vida começa na fecundação. Precisamos esclarecer essa parcela da população, para que todos sejam a favor da vida.  O bispo de Limoeiro do Norte, no Ceará, Dom Manuel Edmilson da Cruz, mostrou quanta imoralidade existe entre o aumento exorbitante dos salários dos membros dos governos e dos legislativos e as migalhas oferecidas aos aposentados e aos beneficiados com o bolsa-família. A Igreja Católica mostrou que é necessário restabelecer a moral. Nem tudo que é legal é moral.

Família de Deus: O que vivemos nestas eleições  podemos dizer que a Igreja no Brasil esta dividida, esta em crise? Como ajudá-la?

Dom Luiz Gonzaga: A Igreja Católica não está dividida.  Pouquíssimos membros da Igreja estão equivocados e não seguem a orientação do Papa Bento XVI.  Querem fazer política partidária em vez de evangelização. O Papa Bento XVI vem alertando, há muito tempo, sobre o relativismo e o secularismo.

Família de Deus: Podemos ver no episódio envolvendo Chalita, Canção Nova e Cia durante a Campanha Eleitoral sinais de fracasso da Renovação Carismática Católica no Brasil?

Dom Luiz Gonzaga: Dom Beni está lá orientando a Canção Nova e a Renovação Carismática. O Monsenhor Jonas Abib é um homem de oração.  O episódio Chalita foi um acidente de percurso, gerado por ambições e vaidades pessoais.  A Igreja Católica é muito maior que essas questiúnculas. Não existe fracasso na Igreja Católica.  Jesus Cristo é vitória!

Família de Deus:  O que o deixa mais triste e mais feliz como Bispo da Igreja Católica?

Dom Luiz Gonzaga: Nada me deixa triste. A vida sacerdotal, para mim, sempre foi feliz, pois me dediquei, exclusivamente, a ela.  Este ano foi muito feliz, pois conseguimos esclarecer uma grande parte da população sobre o aborto. O Evangelho da Vida foi vencedor.

Família de Deus: O que o sr. falaria para um jovem que se sente chamado para o Sacerdócio?

Dom Luiz Gonzaga: Os jovens não precisam ter medo ou preconceito contra o sacerdócio. Estou na Igreja desde os meus dez anos e meio de idade.  Os jovens que receberem o chamado de Deus podem aceitar.  Se foram escolhidos por Deus,  eles terão a companhia Dele por toda a vida. O Papa Bento XVI realçou a beleza do sacerdócio, ontem, 21.12.2010, dizendo o seguinte: 

“Como é belo poder estar, com a força do Senhor, junto dos homens nas suas alegrias e sofrimentos, tanto nas horas importantes como nas horas negras da existência; como é belo ter na vida por missão não esta pessoa ou aquela, mas pura e simplesmente o ser mesmo do homem, procurando ajudar para que se abra a Deus e viva a partir de Deus

Família de Deus: O que ficou para o sr. do ANO SACERDOTAL?

Dom Luiz Gonzaga: A esperança de que muitos jovens venham para o sacerdócio. O Papa Bento XVI explicou a missão sacerdotal, na Meditação sobre o Ministério Sacerdotal, em 14.04.2010: 

 “Portanto, o sacerdote que age in persona Christi Capitis e em representação do Senhor; não age nunca em nome de um ausente, mas na própria pessoa de Cristo Ressuscitado, que se faz presente com sua ação realmente eficaz. Age realmente e realiza o que o sacerdote, como simples homem,  não poderia fazer: a consagração do vinho e do pão, para que sejam realmente presença do Senhor, a absolvição dos pecados. O Senhor faz presente sua própria ação na pessoa que realiza estes gestos.  Estas três funções do sacerdote – que a Tradição identificou nas diferentes palavras de missão do Senhor: ensinar, santificar e governar -, em sua distinção e profunda unidade, são uma especificação desta representação eficaz. Estas são, na verdade, as três ações do Cristo ressuscitado, o mesmo que hoje, na Igreja e no mundo, ensina e, assim, cria fé, reúne seu povo, cria presença da verdade e constrói realmente a comunhão da Igreja universal, santifica e guia.”

Família de Deus: Agradecemos muito as suas palavras e carinho conosco.  Fique à vontade para encerrar esta entrevista com o que o sr. quiser nos falar como Pastor da  nossa Igreja.

Dom Luiz Gonzaga: O Natal é a festa do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Exorto a todos para que se lembrem disso e tenham Jesus Cristo no coração. Que Maria, a Mãe Imaculada, e  São José  intercedam junto a Jesus Cristo para que Ele abençoe todas as famílias brasileiras. E desejo a todos os brasileiros e brasileiras um Santo Natal!

 Deus os abençoe !

Excita, Domine, potentiam tuam et veni – IV

 

 

Como fruto do Ano Sacerdotal, em nós, Sacerdotes, e nos leigos – concretamente nos jovens – renovou-se a consciência do grande dom que representa o sacerdócio da Igreja Católica, que nos foi confiado pelo Senhor. De novo nos demos conta de como é belo que seres humanos estejam autorizados a pronunciar, em nome de Deus e com pleno poder, a palavra do perdão, tornando-se assim capazes de mudar o mundo, a vida; como é belo que seres humanos estejam autorizados a pronunciar as palavras da consagração, pelas quais o Senhor atrai para dentro de Si um pedaço de mundo, e assim, num determinado lugar, transforma-o na sua substância; como é belo poder estar, com a força do Senhor, junto dos homens nas suas alegrias e sofrimentos, tanto nas horas importantes como nas horas negras da existência; como é belo ter na vida por missão não esta pessoa ou aquela, mas pura e simplesmente o ser mesmo do homem, procurando ajudar para que se abra a Deus e viva a partir de Deus.

Papa Bento XVI

Veja a nossa série <<  SER SACERDOTE >>, justamente feita para mostrar a Dignidade Sobrenatural do Sacerdócio

 

Excita, Domine, potentiam tuam et veni – III

 

Uma visão de Santa Hildegarda de Bingen, que descreve de modo impressionante o que vivemos neste ano:

 

« No  ano  de 1170 depois do nascimento de Cristo, estive durante longo tempo doente na cama. Então, física e mentalmente acordada, vi uma mulher de uma beleza tal que a mente humana não é capaz de compreender. A sua figura erguia-se da terra até ao céu. O seu rosto brilhava com um esplendor sublime. O seu olhar estava voltado para o céu. Trajava um vestido luminoso e fulgurante de seda branca e uma manto guarnecido de pedras preciosas. Nos pés, calçava sapatos de ónix. Mas o seu rosto estava salpicado de pó, o seu vestido estava rasgado do lado direito. Também o manto perdera a sua beleza singular e os seus sapatos estavam sujos por cima. Com voz alta e pesarosa, a mulher gritou para o céu: “Escuta, ó céu: o meu rosto está manchado! Aflige-te, ó terra: o meu vestido está rasgado! Treme, ó abismo: os meus sapatos estão sujos!”

E continuou: “Estava escondida no coração do Pai, até que o Filho do Homem, concebido e dado à luz na virgindade, derramou o seu sangue. Com este sangue por seu dote, tomou-me como sua esposa.

Os estigmas do meu esposo mantêm-se em chaga fresca e aberta, enquanto se abrirem as feridas dos pecados dos homens. Este facto de permanecerem abertas as feridas de Cristo é precisamente por culpa dos sacerdotes. Estes rasgam o meu vestido, porque são transgressores da Lei, do Evangelho e do seu dever sacerdotal. Tiram o esplendor ao meu manto, porque descuidam totalmente os preceitos que lhes são impostos. Sujam os meus sapatos, porque não caminham por estradas direitas, isto é, pelas estradas duras e severas da justiça, nem dão bom exemplo aos seus súbditos. Em alguns deles, porém, encontro o esplendor da verdade”.

E ouvi uma voz do céu que dizia: “Esta imagem representa a Igreja. Por isso, ó ser humano que vês tudo isto e ouves as palavras de lamentação, anuncia-o aos sacerdotes que estão destinados à guia e à instrução do povo de Deus, tendo-lhes sido dito, como aos apóstolos: ‘Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura’ (Mc 16, 15)”» (Carta a Werner von Kirchheim e à sua comunidade sacerdotal: PL 197, 269ss).

Na visão de Santa Hildegarda, o rosto da Igreja está coberto de pó, e foi assim que nós o vimos. O seu vestido está rasgado, por culpa dos sacerdotes. Como ela o viu e expressou, assim nós o vimos neste ano. Devemos acolher esta humilhação como uma exortação à verdade e um apelo à renovação. Só a verdade salva. Devemos interrogar-nos sobre o que podemos fazer para reparar o mais possível a injustiça sucedida. Devemos perguntar-nos o que estava errado no nosso anúncio, em todo o nosso modo de configurar o ser cristão, para que pudesse acontecer semelhante coisa. Devemos encontrar uma nova determinação na fé e no bem. Devemos ser capazes de penitência. Devemos esforçar-nos por tentar tudo o possível, na preparação para o sacerdócio, a fim de que uma tal coisa não possa voltar a acontecer. Este é também o lugar para agradecer de coração a todos quantos se empenham por ajudar as vítimas e suscitar neles de novo a confiança na Igreja, a capacidade de acreditar na sua mensagem. Nos meus encontros com as vítimas deste pecado, sempre encontrei também pessoas que, com grande dedicação, estão ao lado de quem sofre e foi lesado. Esta é a ocasião para agradecer também a tantos bons sacerdotes que transmitem, humilde e fielmente, a bondade do Senhor e, no meio das devastações, são testemunhas da beleza não perdida do sacerdócio.

Papa Bento XVI